Conceitos Disruptivos
Entra no ouvido e chama a plena atenção numa conversa de amigos ou numa reunião profissional. O sector disruptivo ou o produto disruptivo, que vai modificar por completo uma indústria. Mas afinal, como podemos padronizar este efeito numa indústria? A que variáveis devemos estar atentos, para poder numa fase inicial poder identificar como podemos capitalizar na oportunidade, ou até defendermos-nos dela, caso esta afecte directamente o sector onde estamos expostos como investidores, ou como empresários, ou como colaboradores?
Existem várias análises, mas de uma forma geral existem algumas situações comuns, no fenómeno disruptivo, e que Torben Rick, antigo gestor, hoje reputado autor na área de business improvement identifica. A redução dramática da complexidade das práticas e processos, é uma das variáveis que confere uma enorme vantagem competitiva. Outra tem a ver com a capacidade para reduzir os preços de forma brutal, sem pôr em causa o negócio core (e que a tecnologia hoje permite a existência de enormes possibilidades). Outro sinal passa ainda por estar atento a quem está a eliminar ao máximo os pontos chave que mexem com os nervos dos clientes no sector – e que são comuns a todos as empresas do sector. E sobretudo, por fim, estar atento a quem está a desafiar os chamados “clichés” do seu sector, e que podem influenciar a capacidade de expansão do negócio.
A evolução na tecnologia está neste momento a alimentar uma série de sectores tradicionais, e as empresas para sobreviverem e crescerem tem que estar atentos agressivas tendências, até porque têm permitido e deverão continuar a permitir estreitamento de margens, e uma maior interação dos agentes económicos, que estão cada vez menos segregados. A evolução das redes sociais e a capacidade de monetizar activos que tradicionalmente não teriam mercado, está a pavimentar por exemplo, o crescimento da economia de partilha, ou peer-to-peer. As plataformas Airbnb , Uber são os mais conhecidos percursores do Ebay , um mundo onde todos podem participar para obter rendimento, ou até criar o seu próprio emprego. Mas existem mais soluções em outros segmentos tradicionais, inclusivamente o financeiro. O sector da economia partilhada pode valer na europa, de acordo com a PWC, tem vindo a crescer exponencialmente desde 2013. Na União Europeia já se pensa em forma de regular esta nova economia, ou seja já se pensa sobre que forma as regras da indústria tradicional se podem aplicar a este novo mundo. E isso diz tudo sobre o carácter disruptivo da mesma.
Artigo publicado em dinheirovivo.pt